CRUZ DO ESPÍRITO SANTO
Este tópico tem como objetivo apresentar os aspectos históricos, geográficos, sociais e econômicos que perpassaram a história e o desenvolvimento do município de Cruz do Espírito Santo. Para tanto, foi organizado em subitens que se reportam, respectivamente, à caracterização física, à infraestrutura, aos aspectos populacionais e sociais, à produção e aspectos culturais do município.
Por volta de 1600 foi construído o Engenho Espírito Santo situado à margem direita do Rio Paraíba, em terras próximas, onde hoje se localiza a cidade de Cruz do Espírito Santo. Este engenho pertencia ao capitão Manoel Pires Correia, o qual com a invasão holandesa na Paraíba teve que abandonar suas propriedades. Passou, então, o referido engenho para o domínio de Joan Van Olen Batavo, que o vendeu posteriormente a Mense Francen Aurenhaut, seu compatriota. Que ali ficou estabelecido até a expulsão, em 1654.
Foi no engenho Espírito Santo que o governador holandês da Paraíba, Ippo Eissen, foi morto em uma emboscada por Rabelinho, que chefiava uma guerrilha contra os invasores, aos quatorze de outubro de 1636.
Após a retirada dos invasores, o engenho foi adquirido pela família Rego Barros (e creio que também pelos Albuquerque Maranhão), sendo seu último proprietário o Coronel Claudino Francisco do Rego Barros, daí passou para família Ribeiro Coutinho, que construíram a usina Espírito Santo, posteriormente desativada, e suas terras incorporadas às Usinas São João e Santa Helena.
As cheias do Paraíba que frequentemente ocorreram e que danificavam a cidade de Cruz do Espírito Santo, por estar localizada a margem esquerda, têm sido um fator de desassossego para sua população. No ano de 1789 existiam alguns casebres, onde hoje se localiza a cidade, uma grande cheia ocorrida neste ano trouxe uma grande Cruz de madeira que ficou encalhada, após baixarem as águas, no local onde hoje se encontra a Praça Lourival Lacerda. O local passou a ser chamado Cruz, assim surgiram mais alguns casebres e com o decorrer dos anos ali foi construída a primeira capela.
A povoação ficou conhecida por Cruz do Espírito Santo, pertencia à freguesia de Santa Rita (a partir de 1840) e à jurisdição de Pilar. A partir da Lei de 10 de junho de 1860 com a criação do município de Pedra de Fogo, passou a pertencer aquele município. Aos 07 de março de 1896 o povoado, por lei nº. 40 tornou-se independente. Fazia parte do seu território os distritos de Sapé, Sobrado e São Miguel do Taipu e Caapora.
No ano de 1924 mais uma grande cheia quase destrói completamente a cidade. A sede do município foi transferida para Sapé por meio da Lei nº. 627 de 01de dezembro de 1925. A sua brava gente não desiste e volta a reconstruir, a sua bela e majestosa Matriz permanece intacta, o trabalho e a fé dos seus habitantes fazem ressurgir dos escombros a sua querida cidade.
Em 1935 o deputado estadual, coronel José Francisco de Paula Cavalcante liderou um movimento para restaurar o município, o qual ficou desmembrado então do atual município de Sapé. As boas terras da várzea do Paraíba fizeram surgir inúmeros engenhos na região, instalando-se por ali parte da aristocracia rural paraibanos do século passado e início do atual. Destacamos: engenho Pau D’ Arco do Cr. Aprígio dos Anjos, Tabocas do Dr. José Fernandes de Carvalho, Saboeiro do Dr. César Cartaxo, Calabouço de Joaquim Martins de Carvalho, Santo Antônio de Dr. Joaquim Moreira Lima, Munguengue do Coronel Alípio Ferreira Baltar, Puchi do Coronel Francisco Ignácio Pereira Castro, Sant’ Ana do Coronel José Francisco de Paula Cavalcante, Maranhão de Antônio do Rego Barros, Una do Dr. João Úrsulo Ribeiro Coutinho, dentre outros.
Estes engenhos foram sendo absorvidos progressivamente pelas usinas. As casas grandes foram esvaziadas, suas capelas sendo destruída pelo tempo e descaso. Hoje, restam algumas em ruínas, outras foram recuperadas como as da Batalha, Santo Antônio e Santa Luzia. A capela da Batalha, construída após a expulsão dos holandeses (1654) para relembrar uma árdua batalha ali travada e expressar os agradecimentos a Nossa senhora pela vitória alcançada.
Aspectos geográficos
O Município de Cruz do Espírito Santo, estado da Paraíba, Microrregião de Sapé – PB, está localizada na Mesorregião da Mata Paraibana e na Microrregião de Sapé, com uma área de 195,556 km² representando 0.3466% do Estado, 0.0126% da Região e 0.0023% de todo o território brasileiro. E fica a 25 km da Capital João Pessoa. Limita-se com os municípios de Sapé (18 km), Santa Rita (12 km), Pedra de Fogo (57,5 km), e sobrado (25,1km). Caracterizando assim como uma cidade de pouco desenvolvimento social.
Aspectos populacionais
Possui uma população de acordo com o IBGE de 2010 de 16.257 habitantes e uma expectativa para 2013 de 16.836 habitantes, onde atualmente o seu índice de desenvolvimento humano é de 0,552(IDH), conforme tabela abaixo.
Aspectos culturais
O município conta com variada manifestações culturais, que podemos destacar: grupo de coco de roda do Engenho de São Paulo, Lapinha do Assentamento Massangana I, Grupo Arte e Cena com quatro filmes produzido no município “reflexos da realidade, “Revira volta da Vida”, “Caçada ao Lobisomem”, “A procura do tesouro encantado”, “Botija”, Grupo de Artesanato do Conjunto Francisco Cunha, Caminhada da Paz no Conjunto Francisco Cunha, Festa de Emancipação Política de Cruz do Espírito Santo, Festival de calouros, Procissão da Sexta Feira Santa, Festa do Divino Espírito Santo, Procissão de Santa Luzia, realizada há 25 anos saindo do centro da cidade até a Igreja de Santa Luzia, na Fazenda do mesmo nome. Procissão de Nossa Senhora Aparecida saindo da Igreja Matriz do Divino Espírito Santo para Capela de Nossa Senhora da Conceição na Fazenda Espírito Santo Festa da Batata, realizada no Sitio Jaques, no mês de janeiro, o município já foi o maior produtor de batata doce do Estado da Paraíba nas décadas de 1980 e 1990; Gincana da Juventude, Festa de Nossa Senhora da Conceição do Conjunto Francisco Cunha e Sítio João Raimundo; Festa de São Sebastião( Assentamento Massangana III), Festa de Sábado de Santana no Assentamento Santana II Feira da agricultura familiar.
Aspectos socioeconômicos
Produção
O município tem apenas duas indústrias em funcionamento, o Engenho São Paulo, que iniciou suas atividades em 1909, e atualmente produz as cachaças de alambique das marcas Ciganas, Cigana Envelhecida, Cigana Cristal, São Paulo e São Paulo Cristal, está localizado nas várzeas do Rio Paraíba, a 25 km de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, no Nordeste do Brasil – região onde predomina o solo tipo massapé, que é o mais apropriado para o cultivo da cana de açúcar. A outra indústria e uma Cerâmica, especializada na fabricação de tijolos de argila, matéria prima encontrada uma grande quantidade nesta região da várzea do Paraíba. E recentemente a instalação do Engenho Nobre com de cachaça artesanal.
Agropecuária
O município possui as seguintes lavouras permanentes: abacate, banana, castanha de caju, coco da baia, laranja, mamão, maracujá e urucum. Segundo pesquisa realizada, estes produtos alcançaram mais de uma tonelada, não sendo contabilizada produção abaixo de uma tonelada.
Foram contabilizados como lavouras agrícolas temporária: abacaxi, algodão herbáceo, batata doce, Cana-de-açúcar, fava, feijão em grão, mandioca. Não sendo contabilizada produção abaixo de uma tonelada.
A pesquisa realizada sobre a pecuária encontrou: bovino, caprino, equinos, galinhas, galos, frangos, frangas, pintos, ovinos, ovos de galinhas, leite de vaca, muares, suínos.
Comércio / Serviços
O setor de Comércio e Serviços do município está voltado ao mercado interno de engenhos de cana-de-açúcar, cerâmica e, de pouca característica varejista, oferecendo os mais variados artigos, de ordem pessoal de primeira necessidade, artigos de vestuário, calçados e confecções, joias e perfumarias, utensílios domésticos, papelarias, e ainda produtos agrícolas, ou para agricultura, sementes, inseticidas, fungicidas e implementos agrícolas, supermercados e etc.
A rede de agências bancárias do município não apresenta grande movimentação, sendo integrados por agências, Bradesco e Casa Lotérica, além dos Correios e alguns correspondentes bancários.
Fonte: Jornal A União
Adauto Ramos 07 /03/1996
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
Atualização de dados: Professor e Historiador Francisco Xavier de Mendonça